Melhores práticas para arte-finalistas ou pré-impressores na Comunicação Visual e Impressão Digital - Saturno Tintas Digitais e Serigráficas Fone: (11) 4174-7200

Impressão digital sem segredo (expert) e fechamento de arquivo

Quais são as melhores práticas para arte finalistas / pré impressores (e impressores) na Impressão Digital?

O artigo Impressão digital sem segredo (expert) e fechamento de arquivo foi desenvolvido para ajudar os profissionais de pré impressão (arte finalistas) e impressores sobre as melhores práticas para impressão digital e pré impressão (arte finalização), seja trabalhando com as tintas digitais inkjet da Saturno, ou não.

Aproveite bastante esse conteúdo sobre Impressão digital e coloque o conhecimento em prática o quanto antes. Ótima leitura!

Introdução

Em uma empresa de comunicação visual que produz materiais de Impressão digital para diversos segmentos, o arte finalista ou pré impressor, como é comumente conhecido em algumas regiões do país, possui um papel importantíssimo para o funcionamento correto das engrenagens da empresa. Iremos agora abordar a importância dessa engrenagem no mercado e as melhores práticas para a execução ideal de suas tarefas.

Para isso, confira abaixo o passo a passo do que será abordado nesse artigo:

  1. O papel do Arte-Finalista / Pré-Impressor
  2. Entendendo os pontos principais da atividade
  3. Teoria das cores, pontos de atenção e a utilização no ramo
  4. Atributos da cor
  5. A percepção da cor
  6. Fontes luminosas
  7. Brancura (alvura) e os níveis de opacidade, translucidez ou transparência do substrato
  8. Outros fatores externos que atrapalham as cores
  9. Os modos de cores RGB e CMYK
  10. A importância do gerenciamento de cores no seu fluxo de trabalho
  11. O Perfil ICC
  12. Entendendo o Color Gamut (Gama de cores)
  13. Manuseio de arquivos para impressão
  14. Configurações de Cores indicadas, os perfis e as conversões entre modos de cores
  15. Gerenciando as cores em seus projetos
  16. Diferenças entre resolução de imagem (entrada) e resolução de saída (impressão) na impressão digital
  17. Conclusão

Vamos agora, parte a parte, destrinchar cada tópico.

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1 – O papel do Arte-Finalista / Pré-Impressor

Muitos confundem este profissional com o designer gráfico, que é aquele profissional que cria a arte desde o início, baseado em um briefing ou referência enviada pelo cliente. Inclusive existem muitos profissionais na área com essa “veia” de criação e fechamento de arquivo. O fato é que, desses profissionais, somente alguns fazem bem ambas as atividades. Muitos falham em coisas simples, seja na parte da criação ou na preparação do arquivo.

Em suma, o arte-finalista / pré-impressor faz a conferência das dimensões do arquivo gerado, confere as medidas do local (ou ele mesmo mede) onde será inserido a arte (seja um carro, ambiente, fachada, etc., se atentando à possíveis interferências que venham a atrapalhar a arte), define a sangria de segurança ideal e sobreposições para determinados tipos de serviço, os melhores locais para fazer a separação dos “tiles” de impressão quando necessário (emendas de painéis), faz tratamento de melhoria na imagem (tal como a interpolação ou aplicação de filtros de correção), entre outros processos.

Também faz parte das atribuições desse profissional fazer alterações em um arquivo sem “estragar” as cores originais, ou mesmo sem deixar passar em branco alguns erros de processos durante a preparação anterior. Além disso, é normal no dia a dia desse profissional inserir itens ou corrigir uma arte anteriormente “fechada” e recebida do cliente, como “pronta para impressão”, sem comprometer o trabalho desenvolvido anteriormente feito por algum outro profissional.Sequência da geração de arquivo de impressão digital até o sucesso do clienteUm ótimo arte-finalista / pré-impressor deve sempre fazer o fechamento correto do arquivo para Impressão digital considerando o fluxo de trabalho (processos e equipamentos) e setups de máquina do pátio fabril da empresa da qual presta serviço. Ele deve sempre fazer o seu serviço da melhor forma possível, evitando assim desperdícios de mídia, tinta e gastos com a estrutura (podendo citar aqui o desperdício com tempo-funcionário, tempo-máquina e gastos com refação).O conhecimento das etapas dos processos anteriores (briefing e criação) e posteriores (impressão e possivelmente a produção / instalação do produto desenvolvido) é importantíssimo para entender e definir a melhor forma de agir dentro deste fluxo inter departamentos. O que será abordado nesse artigo são exatamente as melhores práticas para essa que é uma das mais importantes etapas dentro de uma empresa de comunicação visual ou bureau de impressão digital.

2 – Entendendo os pontos principais da atividade

Por serem assuntos muito complexos e vastos, nessa parte do treinamento iremos abordar os temas “cores” e “resolução” na parte que compete à boa execução das tarefas do dia a dia do ramo. Até o fim desse treinamento você terá o conhecimento necessário para entender os processos, considerados como “boas práticas” e se qualificar para um aprofundamento maior na parte teórica do assunto, se habilitando para uma busca através dos diversos materiais gratuitos disponíveis na web, inclusive sabendo diferenciar o que é condizente ou não às suas necessidades diárias.

A ideia nesse momento é dar soluções para problemas do dia a dia, tal como resolver uma diferença tonal razoável (ou não) entre amostras e provas de cor, entre o que se apresenta no monitor, que raramente é calibrado por profissionais capacitados, e o que é impresso, seja em impressão gráfica (offset ou digital) ou impressão digital focada no mercado de comunicação visual, comumente usada por empresas pelo Brasil afora (nos processos de impressão digital ecossol, solvente, mild solvent, UV Led semiflex cabeça piezo, UV Led rígida cabeça piezo, Sublimação industrial, Sublimação de brindes ou base água). Aprenderá a identificar os possíveis motivos dos problemas e terá dicas de como minimizá-los, além de aprender sobre os diferentes tipos de resoluções e qual é a resolução ideal para cada tipo de situação.

3 – Teoria das cores, pontos de atenção e a utilização no ramo de Impressão digital

Cor é uma sensação capturada pelo olho e reproduzida no cérebro. Nada mais é do que a impressão da luz refletida (difundida) pelos objetos em nossas retinas, dentro da fóvea (uma pequena área no fundo dos olhos), reproduzida pelas células bastonetes (que identificam a luminosidade) e as células cones (que identificam as cores). A fóvea captura as informações geradas e as enviam para o cérebro, para então serem processadas no cérebro da forma como “vemos”, em cores, através comprimentos das ondas. É um processo semelhante à captura de imagens através de máquinas fotográficas.Estrutura do olho humano

Essa sensação do que é cada cor é subjetiva quando atrelada à nossa memória, variando inclusive de pessoa para pessoa, mas pode ser quantificada e padronizada quando utilizada com equipamentos digitais, como veremos mais à frente.

Para o ramo de comunicação visual e impressão existem métodos processuais para registrar e padronizar cada material produzido, pensando na preocupação da questão “cor”, devendo apenas que cada processo seja cumprido à risca para minimizar possíveis erros, que podem custam não apenas financeiramente como podem abalar a confiança nos profissionais que causaram o erro para o cliente ou empresa.

Simulação da luz branca refletindo em diferentes superfícies coloridasDe início, vale salientar que quando vemos uma cor específica, na realidade vemos a cor refletida pelo objeto. Fora isso, no caso do branco, o objeto reflete todas as cores e o no caso do preto ela absorve todas as cores. Isso é a base para a nossa explanação a seguir:

Além disso, a cor possui três (3) atributos, sendo que abordaremos todos eles de forma teórica, porém sucinta, apenas para posicioná-lo sobre o tema.

4 – Atributos da cor

O primeiro atributo é a Matiz (Hue) ou Tom, tonalidade, etc., que é o resultado da nossa percepção da luz refletida pelo objeto. É o nome da cor (ou família de cores), tal como o verde, o vermelho, o amarelo, o azul, o roxo, etc. É o atributo que mais nos chama a atenção em um comparativo entre a amostra produzida X prova de cor do cliente. Ex.:

Simulações do HUE (Matriz) de cores

O segundo atributo é a Saturação (Saturation) ou Croma (Chroma), que se refere à pureza da cor apresentada, sua força, a concentração do elemento corante e sua distância do cinza. Uma cor, quando pouco saturada, possui uma quantidade maior de preto em sua composição (acinzentando-a conforme se aproxima da desaturação total) e quanto maior a saturação tonal, maior a sua pureza. Ex.:

Simulação da Saturação (ou croma) das cores

O terceiro e último atributo da cor é o Brilho (Brightness), também conhecido como Valor (Value) ou Luminosidade (Lightness). Ela se refere à claridade, ou a falta dela, na cor. Existem cores naturalmente mais luminosas (amarelo) do que outras (azul), quantitativamente captado por ferramentas especiais, e podem ainda haver variações no valor da cor ao se adicionador branco, para uma maior luminosidade, ou preto, para uma menor luminosidade. Ex.:

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Por fim, podemos citar também a Temperatura das cores, uma questão subjetiva por ser captada através de experiências e percepções de quem as vê. As temperaturas das cores são definidas entre quentes ou frias:

Melhores práticas para arte-finalistas ou pré-impressores na Comunicação Visual e Impressão Digital - Saturno Tintas Digitais e Serigráficas Fone: (11) 4174-72005 – A percepção da cor

Nossos olhos percebem as cores e até mesmo criam uma memória visual. Isso serve para nós e para nossos clientes. Devido a isso, o conhecimento da teoria da cor (mesmo que básico), a necessidade de orientar os seus clientes sobre possíveis variações tonais durante os processos de produção e o controle dessas possíveis variações devem sempre ser consideradas e levadas em conta. Esse controle de variação no pátio fabril é muito importante, pois é a interação entre os softwares utilizados, monitores, RIPs de impressão, perfis de cor e o equipamento de impressão que devem estar sempre sincronizados para minimizar possíveis falhas.

Outra questão importante refere-se à muitos fatores externos que contribuem para pequenas alterações nas impressões produzidas nos bureaus pelo mundo. Essas alterações só são identificadas no ato da percepção da cor dentro do ambiente físico de trabalho. A percepção da cor pelo observador pode variar devido a alguns fatores, conforme poderá ler a seguir:

6 – Fontes luminosas e a relação com a impressão digital

Cada tipo de luz interfere na forma como nossos olhos percebem as cores. A incidência de luz natural ou artificial, além da luminosidade gerada entre o objeto e o observador, afeta nossa análise.

A luz visível trabalha em uma faixa muito específica dentro das frequências eletromagnéticas. Dependendo do comprimento da onda [medida em nanômetros (nm), que é o equivalente à um bilionésimo de metro], a luz exercerá uma sensação diferente, criando uma cor específica (trabalhando nas frequências entre 400nm e 700nm), conforme ilustração a seguir:

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Quando consideramos isso, ainda temos de nos atentar quanto à influência do iluminante, seja ele natural (Sol – que naturalmente acentua os azuis – simulado pelo iluminante D65 com 6500K) ou artificial (sendo os mais utilizados: incandescente – mais avermelhada = iluminante A com 2856K, fluorescente branca fria – mais esverdeada = iluminante F2 com 4230K, ou iluminante D50, o mais usual para serviços gráficos, com 5000K, mais neutra para comparativo de cores). Cada iluminante acentua uma cor diferente, dependendo dos picos no espectro da cor, conforme abaixo:

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Para explicar a imagem acima, sobre os tipos de iluminantes, vale as seguintes informações:

  • A: Lâmpada doméstica de filamento de tungstênio, incandescente;
  • B, C: Simulações da luz do dia. B representa a luz solar do meio-dia, com uma temperatura de cor correlacionada (CCT) de 4874 K, enquanto C representa a luz média do dia com um CCT de 6774 K;
  • D50, D55, D65, D75: Série construída para representar a luz natural do dia. Disponível em diferentes temperaturas de cores [de 5.000K (D50) a 7.500K (D75)];
  • E: Iluminante teórico com radiação constante dentro do espectro visível. É útil como referência teórica; um iluminante que dá igual peso a todos os comprimentos de onda;
  • F2, F7 e F11(TL84):  Série de iluminação fluorescente. Para concluir essa parte do treinamento, irei apontar novamente que cada cor trabalha numa frequência diferenciada e que, dependendo do iluminante utilizado, a referência mais fiel da prova ficará comprometida:

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Todos esses parâmetros relatados anteriormente seguem estudos desenvolvidos por décadas, além de seguir informações do índice CRI (Color Rendering Index, também conhecido por IRC ou Índice de Reprodução da Cor), que é a medida correlativa entre a cor real de um objeto e como suas cores se apresentam diante de uma fonte luminosa em nossos olhos, permitindo ao observador por exemplo comparar, da forma mais fiel possível, duas impressões. Essa normativa foi criada nos anos 60 pela CIE (Commission Internationale de l’Éclairage, ou Comissão Internacional de Iluminação) e serve como referência até os dias de hoje. Portanto, após análise das necessidades dos profissionais de design gráfico, pré-impressão e impressão, a iluminação mais indicada no seu espaço de trabalho são os Iluminantes com CRI acima de 90%, sem tendência de cor nas curvas espectrais (tendo como principal indicação o iluminante D50 com 5000K).

7 – Brancura (alvura) e os níveis de opacidade, translucidez ou transparência do substrato

Além da questão dos iluminantes citados anteriormente, existem outros fatores que afetam a forma como vemos nossos materiais impressos, como a brancura (alvura) e a opacidade do substrato.

A brancura (alvura) faz referência ao tanto que a luz reflete na superfície que será impressa. Quando falamos sobre impressão digital, podemos citar exemplos como vinil adesivo, tecido, papel, dentre outros. O nível de alvura pode ser alcançado naturalmente ou com alvejantes ópticos, que são substâncias químicas que absorvem a radiação ultravioleta.

Um detalhes referente à brancura são as tonalidades, pois existem por exemplo brancos azulados, brancos amarelados, brancos acinzentado

Quanto à opacidade, ela é uma propriedade ótica com diversos graus e características, sendo que um material é considerado opaco quando não há a passagem da luz em proporções apreciáveis, ou mesmo quando não é possível ver alguma imagem ou cor por baixo do substrato. Isso acontece em alguns tipos de papéis, vinis, dentre outros. Um material opaco possui as características contrárias a um material translúcido.

Já um material translúcido, permite a passagem da luz porém de maneira difusa, tornando as formas das imagens transmitidas irreconhecíveis. Isso é visto em materiais como filmes backlites, alguns papéis, alguns tipos de lonas e vinis jatados ou leitosos.

E por fim, um material transparente pode ser considerado cristal, tal qual alguns tipos de chapas acrílicas, PET, adesivos transparentes, dentre outros.

Entender corretamente o tipo de substrato para o qual será desenvolvido o perfil ICC, ou mesmo em qual material será produzido o serviço do seu cliente, faz toda a diferença no fim.

8 – Outros fatores externos que atrapalham as cores na impressão digital

Outros fatores externos também interferem diretamente na qualidade da impressão:

  • Estado das cabeças de impressão do equipamento: A cabeça de impressão deve estar sempre em dia. Muitos profissionais continuam imprimindo e entregando seus serviços com má qualidade, ocasionada por uma cabeça que apresenta problemas de deflexão (o que causa riscos e falhas na impressão). Outra questão é a conversão da impressora para uma outra tinta, sem que as cabeças estejam em bom estado (o ideal é sempre fazer a conversão de tinta com as cabeças novas ou ainda em ótimo estado). Para mais informações sobre esse assunto, clique aqui;
  • Tintas de baixa qualidade e sem suporte do fabricante: Esse assunto também afeta muito a questão das cores de impressão. Quando falamos em impressão digital de grandes formatos, ou mesmo impressão digital industrial, tintas de procedência duvidosa, que muitas vezes passaram meses dentro de contêineres a temperaturas muito acima do normal ou que foram produzidas com pigmentos de baixa qualidade para ter um preço muito abaixo do normal, devem ser desconsideradas de imediato. Suporte técnico de qualidade oferecido pelo fabricante é algo que deve ser considerado, além da procedência. Existem tintas que devem ser estocadas de maneira diferente, em condições especiais, algo que não se encontra em produtos inferiores oferecidos em plataformas como Mercado Livre, Shopee, Alibaba, apenas para citar alguns. Não coloque seu equipamento em risco: compre somente de fornecedores idôneos, com sistema de gestão ISO9001 e sem variação de estoque. Conheça todas as soluções em tintas digitais inkjet que a Saturno Tintas tem para te oferecer clicando aqui;
  • Validade e as características químicas da tinta utilizada: Assim como qualquer produto comercializado, o fabricante desenvolve tintas com características específicas, baseadas na região do mundo em que serão utilizadas, na forma correta de armazenamento, na forma correta de transporte até o cliente e na situação ideal do ambiente de trabalho. Muitas tintas, inclusive as Tintas Digitais Inkjet da Saturno, devem ser armazenadas em local livre de incidência de raios solares e com temperatura controlada entre 5ºC e 30ºC. Temperaturas superiores, mesmo por curtos períodos de tempo, podem alterar as propriedades das tintas e causar problemas durante sua utilização. As tintas devem ser utilizadas em ambiente de trabalho com temperatura entre 20ºC e 28ºC e com umidade relativa do ar entre 55% e 65%, para garantir as condições de desempenho máximo do produto. Variações bruscas de umidade e temperatura podem modificar as propriedades da tinta e ocasionar problemas durante a impressão. Por fim, veja sempre a data de validade do produto. No caso das Tintas da Saturno, a data encontra-se na etiqueta do rótulo;
  • Entre outros.

Esses fatores abordados são importantíssimos e são analisados, com muito cuidado, pelo profissional capacitado na geração de perfis de cores de saída, que leva em conta cada variante e gera perfis específicos entre substratos e equipamentos do pátio fabril da empresa da qual o profissional presta serviço. Estando todas essas questões pontuadas anteriormente sob controle, o profissional pode, então, prestar seus serviços de forma plena e com segurança.

Tirando essa parte mais técnica abordada anteriormente, o que é constatado em diversas empresas pelo Brasil é a falta de conhecimento na base da teoria da cor: Quando é necessário fazer ajustes de tonalidades, sejam ajustes finos ou não, muitos profissionais trabalham da forma de “tentativa e erro”, gastando metros e mais metros de mídias caras, tais como vinis, lonas, papéis, tecidos ou outros, ao invés de otimizar processos com testes funcionais e ágeis, criação de perfis corretos de cor, entre outras melhorias, economizando de diversas maneiras (tempo-máquina, tempo-funcionário, substratos, rentabilidade, etc.) no dia a dia da empresa.Saturno Tintas - Indústria Nacional, fabricante de tintas para Impressão Digital Eco-sol, Mild Solvent (Solvente Médio, Low Solvent ou Light Solvent), UV Led (Rígido e Semiflexível), Sublimação e Corante base água

9 – Os modos de cores RGB e CMYK na impressão digital

Para iniciarmos este assunto, é importante que você aprenda, primeiramente, o significado e o funcionamento dos modos de cores mais utilizados no ramo: o RGB e o CMYK.O RGB é uma cor-luz, aditiva, ou seja, formada através da adição de luz, através das cores Red (vermelho), Green (verde) e Blue (azul). Quanto mais luz, mais claro a cor (branco poderia ser chamado de luz-pura e o preto a ausência de luz). Nos processos gráficos, a cor RGB é utilizada na visualização através dos dispositivos eletrônicos (tais como nossos monitores, máquinas fotográficas, smartphones, aparelhos de TV, etc.). Esse modo de cor consegue reproduzir milhões de tonalidades perceptíveis ao olho humana, em uma gama muito maior do que o modo de cor CMYK.Melhores práticas para arte-finalistas ou pré-impressores na Comunicação Visual e Impressão Digital - Saturno Tintas Digitais e Serigráficas Fone: (11) 4174-7200 Já o CMYK é uma cor de transparência, utilizada por impressoras desktop (aquelas que temos em casa) e de grandes formatos (impressoras digitais, offset, etc., com larguras variadas de “boca”). É formada através da adição de tinta, ou pigmentos, através das cores Cyan (ciano ou azul celeste), Magenta (magenta ou púrpura), Yellow (amarelo) e K (a letra K, ou “key” em inglês, que nada mais é que a cor preta – foi convencionado a utilização dessa letra ao invés do B de “black”, para não haver confusões com a letra B de “blue” do RGB – Obs.: é também divulgado no mercado como sendo a última letra da palavra “black”).

Simulação da composição das cores CMYK através da sobreposição - Crédito: Cleber OrsioliNesse processo, as cores primárias utilizadas são o ciano, o magenta e o amarelo (CMY) com a adição do preto (K) por uma questão prática de economia e agilidade. Como o preto é uma cor onipresente nos trabalhos de impressão gráfica e digital, a existência de um canal só de preto não só agiliza a impressão, na dispensa de se misturar as três cores primárias para obtê-lo, como naturalmente as economiza. Sem contar que o “preto” obtido com esta mistura das três cores (CMY) resulta em uma cor próxima ao marrom escuro e não o preto que buscamos quando usamos a carga máxima do “K: 100” nos softwares de criação visual (muito menos o preto composto usado como tática para reforçar o tom, técnica que será explicada mais para frente).

Abaixo, a vista ampliada dos pontos impressos, mostrando a sobreposição das cores em uma Impressão digital:

Vista aproximada dos pontos de impressão (dots) - Crédito: Internet

Vale comentar que o branco do papel ou outro substrato é levado em conta na hora da geração do perfil de saída, o que será ensinado mais para frente.

Nos processos gráficos ou de Impressão digital, a cor CMYK é a fórmula-base para qualquer item que será impresso, sendo convertida no ato da impressão (pelo equipamento final utilizado) ou no ato da criação / conversão do arquivo em processos anteriores no fechamento do arquivo).

10 – A importância do gerenciamento de cores no seu fluxo de trabalho de impressão digital

Para minimizar os problemas com imagens recebidas de clientes, ou mesmo nas artes criadas dentro do bureau, é sugerido a sincronização entre softwares e dispositivos, através da configuração prévia do Gerenciamento de cores, utilizando a gama (Gamut) que mais se insere dentro do espaço CMYK, devido a conversão, desejada ou não, efetuada pelos equipamentos digitais de impressão. Não iremos nos aprofundar sobre isso, pela necessidade da utilização e calibração dos equipamentos através de um espectrofotômetro, possibilitando ajustes finos através das compensações tonais de correção até se alcançar um grau de fidelidade aceitável dentro dos padrões necessários pelo cliente, pela empresa ou pelo mercado, exibindo ou imprimindo a cor mais fiel possível. Abordaremos sim a sua importância de utilização dentro da pré-impressão e recomendaremos que um profissional qualificado seja responsável pela calibração dos dispositivos em sua empresa.

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O gerenciamento de cores serve para que haja uma interlocução correta entre monitor, software e impressora, usando uma referência (também chamada de “target”) como padrão (padrão esse que segue especificações ISO – International Organization for Standardization, ou Organização Internacional de Normalização). Após a calibração, onde foi identificado as variações tonais dos dispositivos, é gerado enfim algo muito visto nos processos de impressão digital, mas pouco aprofundado por aqueles que exercem a atividade no ramo: o perfil ICC.

11 – O Perfil ICC na impressão digital

O perfil ICC segue normativas do Consórcio Internacional da Cor (ICC – International Color Consortium, formado por diversas grande empresas como Agfa, Apple, Microsoft, Kodak, Canon, etc.) e nada mais é do que, à grosso modo, um arquivo de computador, um codificador, que contém internamente em sua estrutura as instruções corretas, sendo um tipo de limitador de cores dentro da gama de cor utilizada, para ser utilizada para as correções necessárias das cores entre dispositivos, ou mesmo um delimitador de cores no ato da captura da imagem, através de algum dispositivo de captura, dizendo exatamente a quantidade de cada cor que será usada e convertida pelo equipamento, possibilitando assim a representação mais fiel de cada cor contida em uma imagem digitalizada (ou seja, a quantidade correta de vermelho, verde e azul apresentada nos dispositivos luminosos e a quantidade de ciano, magenta, amarelo e preto produzida nos dispositivos de impressão).

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Por haver uma infinidade de combinações possíveis (monitor X software X impressora X resolução X substrato), é necessário criar muitos perfis ICC, voltada sempre para cada combinação. Portanto, se tivermos, por exemplo, uma impressora “A” com um vinil branco fosco (da marca “X”), utilizando a resolução 720x720dpi bidirecional, será necessário criar e instalar nos dispositivos um perfil ICC específico para essa combinação. Se tivermos essa mesma impressora (“A”) com um vinil branco brilho da mesma marca anterior (“X”), utilizando a mesma resolução de 720x720dpi bidirecional, será um outro perfil instalado e utilizado para tal combinação (apenas por causa da troca de acabamento do substrato – o fosco pelo brilho). Por fim, se usarmos também esse mesmo vinil branco brilho (agora da marca “Y”), porém trocando a impressora e a resolução, também será necessário a criação de um outro perfil ICC, e assim sucessivamente.

Antes de cada criação, arte-finalização ou impressão, é necessário carregar ou selecionar o perfil correto para cada combinação, se atentando aos defaults de software (de criação / edição ou RIP).Cada combinação entre dispositivos, seja de marcas diferentes, modelos diferentes ou não, necessita de um perfil ICC específico, criado exclusivamente para cada combinação (monitor X software X impressora X resolução X substrato). Essa necessidade se deve a variações, inclusive, na forma como o equipamento é fabricado, nos componentes internos, na tinta para Impressão digital utilizada, no acabamento e alvura do substrato que receberá esta tinta, etc. São diversos os fatores a se atentar. Veja a seguir uma ilustração explicativa para tais procedimentos:

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12 – Entendendo o Color Gamut (Gama de cores) na impressão digital

O Color Gamut (gama de cores) é o espectro de cor visível apresentado nos diversos dispositivos do nosso dia-a-dia. Essa gama pode variar em abrangência de cor visível, ou seja, a quantidade de cores representadas, dependendo de onde o olho humano as percebem (seja nos monitores de computador, TVs, telas de smartphone ou mesmo em um material impresso).Muitos profissionais da área trabalham sem se dar conta da importância da comunicação correta entre uma imagem capturada e configurada pelo dispositivo “câmera digital” (por exemplo), o gerenciamento de cor correto no software de edição de imagem, o perfil de cor embutido no ato da saída do arquivo para o RIP de impressão (no ato do fechamento do arquivo) ou até mesmo no perfil configurado como default nos RIPs de impressão.

Vale salientar que muitos acham que as variações tonais se devem apenas pela escolha CMYK / RGB. Muitos outros profissionais seguem regras como “impressão digital de grande formato tem de ser feita sempre com o arquivo em CMYK”, etc., sem entender realmente o raciocínio correto de cada parte desses processos.

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Existem opções de gamas de cores disponíveis para uma maior fidelização e que alcança um efeito final de impressão desejada. Essas gamas são indicadas para se usar no seu trabalho diário, mas a escolha entre elas será feita após definir a necessidade final (seja ela uma impressão digital de grande formato, impressão offset, impressão sublimática, entre outras). O por que disso é o que veremos a seguir. Antes de mais nada, você deve saber que todo equipamento de impressão faz uma última conversão de cores no ato do processo de ripagem. Essa conversão inclusive pode ser considerada uma das mais fieis ao que foi feito ao arquivo: um arquivo trabalhado corretamente desde o início sairá muito bem, utilizando bons perfis de saída de máquina, assim como um arquivo trabalhado de forma errada sairá com defeitos tonais, mesmo que utilizando o mais perfeito perfil de saída de cor.

Outra questão é que máquinas fotográficas digitais inserem perfis de cores específicos, definidos no ato da configuração e captura da imagem. Imagine também que cada área de trabalho de softwares do pacote Adobe ou Corel, por exemplo, na parte da configuração de cores padrão, possui uma configuração mutável, que pode ou não estar com os perfis de cores configurados corretamente. Ou seja, existem situações em o profissional se depara com diversas chances de “estragar” uma imagem na criação de um arquivo, embutindo perfil sobre perfil. Por exemplo, já vi muitos profissionais da área fazendo processos do tipo “sempre foi feito dessa maneira”, “me ensinaram dessa forma” ou “era feito assim quando entrei na empresa, então continuei fazendo igual”, não evoluindo ou corrigindo problemas de processos.

13- Manuseio de arquivos para impressão digital

Sabemos que os bureaus normalmente trabalham com “arquivos fechados” enviados por seus clientes, porém se os mesmos foram fechados corretamente aí é uma outra história. Vou dar um exemplo prático dessa situação “perfil sobre perfil”. Para isso, vamos imaginar a seguinte situação:

  • O cliente precisa de banners impressos para uma ação de vendas em sua rede de lojas. Serão mais de 200 banners de uma única arte (chamaremos essa arte de “arte X”);
  • Aquela foto comprada no banco de imagem e utilizada na “arte X” foi capturada com o perfil “1” embutido nela, já de início (caso não tenha sido gravada em formato “.raw”’ – mas nesse caso o fotógrafo embutiu o perfil de cor ao dar saída na fotografia para um banco de imagens, por exemplo – mas não iremos nos aprofundar nessa situação);
  • No ato do tratamento dessa imagem, seja para interpolar, trabalhar alguma limpeza, etc., pode ser que foi embutido um perfil “2”, por cima do perfil “1”;
  • O designer importa essa imagem em outro software para inserir textos, logotipos ou qualquer coisa de base vetor dentro da arte. Talvez ele converta essa imagem em bitmap de outro modo de cor dentro do “workspace” ou exportará a arte finalizada para impressão, com o mesmo modo de cor (ou não) do original, mas inserindo um perfil “3” por cima daquele perfil “1” que já foi descaracterizado pelo perfil “2”;
  • O impressor abre a imagem no RIP utilizando um perfil genérico de entrada (chamaremos de perfil “4”) e o utiliza um perfil de saída “5” para converter as cores para o substrato de escolha da impressão (pensando na relação mídia X tinta X produtividade).

Em uma situação hipotética e trágica como essa, qual a chance de ser mantida a produção de uma arte com uma fidelização tonal? Te respondo: Muito pequena. Diria até que seria uma questão apenas de sorte.

Veja abaixo o espectro de cores para que você possa entender as diferenças entre as gamas:

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Como você pode constatar, a gama visível pelo olho humano é a mais ampla no espectro, seguida pelas gamas “ProPhoto RGB” (utilizada em softwares de edição de fotos profissionais, tal como o Adobe Lightroom), seguida pela gama AdobeRGB (utilizada como default em alguns softwares de edição, com mais cores disponíveis, com cores mais vivas, mas com menos fidelização tonal nos serviços que serão impressos), depois é seguida pela gama sRGB (ou Standard RGB, um gamut mais enxuto, porém com a gama RGB mais fiel e próxima do que será impresso) e, por fim, a gama CMYK (utilizada nos processos de impressão).

Dentro dos softwares de edição de imagens e também nas opções de gama CMYK disponíveis nos RIPs de impressão, existem ainda várias outras opções com alterações tonais diferentes da nossa expectativa do que consideramos o nosso convencional. Pode ser citado o “Japan Standard” (com o matiz de cor mais amagentada), “U.S. Web Coated (SWOP) v.2” (possuindo mais ciano no matiz tonal), o Euroscale Coated (possuindo um matiz mais neutra para os padrões brasileiros), entre outras. Muitas dessas configurações são pré-definidas pelos fabricantes, baseadas nas experiências e expectativas do consumidor dos materiais impressos em tais regiões (Ásia, América do Norte e Europa) e não representam, necessariamente, uma escolha certa ou errada. Baseado no que aprendemos anteriormente e na minha experiência pessoal de quase 20 anos no ramo, sugiro que você utilize as dicas que darei abaixo apenas quando você tiver seu gerenciamento de cores no workspace configurado corretamente.

14 – Configurações de Cores indicadas, os perfis e as conversões entre modos de cores

Uma configuração correta no gerenciamento de cores dentro de um software de edição de imagens se faz muito necessário para uma fidelização mais funcional e para aumentar a produtividade dentro das empresas. Os profissionais devem estar capacitados para entender as etapas dessa parte do processo, para oferecer um produto final de qualidade e para otimizar tempo, gastos com refação e tudo o que envolve o desperdício por um trabalho mal realizado. A grosso modo, você deve entender que as ligações entre os processos dentro do caminho da imagem (da criação à impressão) devem ser coesas. Para isso, você deve abrir a imagem no software escolhido utilizando o modo de cor e perfil original da imagem (ou o que vai apresentar a representação mais fiel no ato da impressão). Para se dar saída desse arquivo, usa-se o mesmo raciocínio.

Considerando o caso de impressões de grandes formatos, a região do mundo onde nos encontramos e o que consideramos convencionais, você pode usar como base para uma padronização de protocolos produtivos o seguinte caminho para arquivos já “fechados”:

  • Se uma imagem do cliente veio em RGB, a sugestão é não mudar o modo de cor, apenas atribuir o perfil mais fiel à impressão digital. Para saída RGB, o mais usual e o mais próximo da fidelidade entre o monitor e o processo de impressão digital é o sRGB IEC61966-2.1 (8-bits de profundidade de cores por canal);
  • Se uma imagem do cliente veio em CMYK, a sugestão é não mudar o modo de cor, apenas atribuir também o perfil mais fiel à impressão digital. Para saída CMYK, o mais indicado e com maior fidelidade (tanto para processos de impressão de grandes formatos quanto impressão gráfica, offset ou digital) é a gama Coated FOGRA39 (ISO 12647-2:2004), também com 8-bits de profundidade de cores por canal;
  • Implantar protocolos para que os seus clientes fechem os arquivos da melhor forma possível para o seu “workflow” (fluxo de trabalho – sistema de trabalho da empresa que você faz parte) e a implantação de processos de padronização de produtividade (mesmo que simples).

É importante deixar aqui algumas explicações simples para mudanças de hábitos de trabalho, que irão ajudar a evitar problemas no seu dia-a-dia:

  • Não insira vários perfis de cores durante o caminho de uma foto ou imagem, pois isso interfere a informação de cor contida nela. Como vimos anteriormente, é possível que, no caso de uma falta de atenção ou conhecimento, a imagem que será impressa sofrerá a interferência de diversos perfis sobrepostos, facilitando a chance de erros na tonalidade do produto final;
  • Configure o gerenciamento de cores em todos os softwares de edição de imagem que você utiliza. Configure-os utilizando como referência o que será sugerido mais à frente;
  • Saiba qual modo de cor e perfil escolher, caso seu arquivo ainda esteja em RGB ou se já veio do cliente em CMYK. Veja algumas situações e sugestões de soluções:
    • Se você vai fechar uma arte para impressão gráfica (offset ou digital), configure previamente o gerenciamento de cores de seus softwares, abra a imagem ou arte desejada (preservando os perfis incorporados originais do arquivo) e a converta para CMYK [utilizando o Coated FOGRA39 (ISO 12647-2:2004)], de preferência utilizando softwares da Adobe para uma conversão de maior qualidade;
    • Se você precisar fechar uma arte para impressão gráfica, quer editar uma imagem que será inserida nesse seu arquivo, mas você vai trabalhar utilizando o Corel Draw, por algum motivo que seja, utilize o Photoshop para trabalhar a imagem e então a converta para CMYK [novamente utilizando o Coated FOGRA39 (ISO 12647-2:2004)], antes de importá-la no Corel. Observação importante: Evite converter imagens através da conversão de bitmap desse software!
    • Se você tem um arquivo pronto em RGB e apenas fará o serviço de impressão de grande formato, sugiro que você atribua, através do Photoshop, o perfil sRGB IEC61966-2.1 e salve para impressão, deixando que o próprio equipamento faça a conversão de cor RGB / CMYK (por ser a melhor conversão possível);
    • Se você tem em mãos um arquivo pronto em CMYK e apenas fará o serviço de impressão de grande formato, sugiro que atribua perfil Coated FOGRA39 (ISO 12647-2:2004) utilizando o Photoshop;
    • No caso de sublimação, se você tem um arquivo pronto em RGB, sugiro que você atribua, novamente através do Photoshop, o perfil sRGB IEC61966-2.1 e salve para impressão, deixando também que o próprio equipamento faça a conversão de cor RGB / CMYK (por ser a melhor conversão possível). Alguns profissionais sugerem a utilização do perfil Adobe RGB 1998, porém esse perfil tem mais variação entre o que é visto no monitor e o que é impresso, o que pode ocasionar problemas para bureaus;
    • No caso de uma criação “do zero” para impressão gráfica (offset ou digital), sugiro a escolha de uma foto de banco de imagens e que seja feita a conversão desta foto (que provavelmente estará em RGB) para CMYK através da atribuição do perfil Coated FOGRA39 (ISO 12647-2:2004) no Photoshop e a inserção de todos os itens restantes (textos, logotipos, etc.) utilizando a escala de cor CMYK (Obs.: lembre-se de exportar ou salvar a imagem em CMYK com o perfil acima embutido – incorporado).
    • No caso de uma criação “do zero”, só que desta vez direcionada para impressão digital de grande formato (nos processos ecossol, solvente, látex, UV ou sublimação), escolha uma foto de banco de imagens (que provavelmente estará em RGB) ou um “Rapport“ (que preferencialmente deve ser criado desde o início em RGB) e atribua o perfil sRGB IEC61966-2.1 no Photoshop. A inserção de qualquer outro item deve ser feita utilizando a escala de cor RGB (Obs.: lembre-se de exportar ou salvar a imagem em RGB com o perfil acima embutido – incorporado), deixando que o próprio equipamento de impressão faça a conversão de cor RGB / CMYK.

Outro ponto importante é para quem edita imagens, mas também faz a captura delas através de fotos digitais com câmeras profissionais que permitem a geração de arquivos no formato “.raw”. Estes profissionais devem se atentar, pois esse formato não possui perfil de cor embutido (incorporado). Ela é capturada em RGB e apresentada no software (como o Adobe Lightroom) usando um perfil semelhante ao ProPhotoRGB (outra gama utilizada por dispositivos eletrônicos, com 16-bits de profundidade de cores por canal, mas que não será abordada aqui por não ser a mais indicada ao ramo de impressão digital, e sim no ramo fotográfico). Para uma configuração correta para edição, o fotógrafo deve abrir a imagem no Photoshop atribuindo o perfil ProPhoto RGB na entrada, editar a imagem e atribuir o perfil sRGB IEC61966-2.1 na saída do software, quando for finalizar a imagem.

15 – Gerenciando as cores em seus projetos de impressão digital

Veja agora as configurações ideais de gerenciamento de cores nos principais softwares de edição de imagens:

Adobe Photoshop (tela da versão Photoshop CC): Essa tela se encontra na aba “Editar”, no item “Configurações de cores”:Melhores práticas para arte-finalistas ou pré-impressores na Comunicação Visual e Impressão Digital - Saturno Tintas Digitais e Serigráficas Fone: (11) 4174-7200

Adobe Illustrator: (tela da versão Illustrator CC em inglês): Essa tela se encontra “Edit” (ou “editar”), no item “Color settings” (ou “configurações de cores”):Melhores práticas para arte-finalistas ou pré-impressores na Comunicação Visual e Impressão Digital - Saturno Tintas Digitais e Serigráficas Fone: (11) 4174-7200

Corel Draw (tela da versão X7): Essa tela se encontra “Ferramentas”, no item “Gerenciamento de cores / Configurações padrão”:Melhores práticas para arte-finalistas ou pré-impressores na Comunicação Visual e Impressão Digital - Saturno Tintas Digitais e Serigráficas Fone: (11) 4174-7200

Obs.: O pacote Adobe, através do Adobe Bridge, permite a sincronização simultânea pelo Creative Cloud entre todos os programas instalados do pacote (sendo o Photoshop e o Illustrator os mais utilizados). Você pode salvar o seu preset pelo Adobe Illustrator, por exemplo, e carregá-lo como saída padrão através do Bridge, sincronizando todos os softwares do pacote, conforme abaixo:Melhores práticas para arte-finalistas ou pré-impressores na Comunicação Visual e Impressão Digital - Saturno Tintas Digitais e Serigráficas Fone: (11) 4174-7200

O intuito em explicar para você toda essa parte densa e técnica é a de sugerir procedimentos que busquem uma padronização nos processos de Impressão digital, utilizando o gerenciamento de cores, a conversão correta dos arquivos e a utilização dos perfis mais utilizados no dia-a-dia das empresas de sucesso no segmento, muitas dessas que contam com a certificação ISO (adquirida através de órgãos independentes e focada no ramo de impressão gráfica e / ou Impressão digital), além de otimizar as etapas de fluxo de trabalho na sua empresa, economizar tempo e dinheiro, fidelizando clientes com sua excelência na entrega de seus trabalhos. Em um mercado tão saturado, mas com tão pouca excelência, com certeza isso se tornará um diferencial para o seu destaque no ramo.

16 – Diferenças entre resolução de imagem (entrada) e resolução de saída (impressão) na impressão digital

Muita gente se confunde quando fala sobre resolução na Impressão digital. Acha que uma imagem salva da internet com baixa resolução de entrada (ex.: resolução de imagem de 72dpi e um tamanho pequeno, como 300x300px) ficará perfeita quando ampliada no RIP e impressa com resolução máxima na configuração para impressão (ex. 1440x1440dpi com 25x25cm). Quem não entender tal diferencia continuará a fazer confusão e a obter resultados insatisfatórios.

Melhores práticas para arte-finalistas ou pré-impressores na Comunicação Visual e Impressão Digital - Saturno Tintas Digitais e Serigráficas Fone: (11) 4174-7200Observe essa imagem e veja a diferença. A primeira metade (da esquerda) encontra-se visivelmente em baixa resolução em tamanho “real”, quanto que a outra metade da direita está com a resolução correta, necessária para a Impressão digital ideal conforme a necessidade do trabalho solicitado. Quando impressa, indiferentemente à resolução escolhida no RIP, essa imagem ficará com a mesma aparência, pois a resolução de saída refere-se à quantidade de pontos de impressão por polegadas (os conhecidos dots – pontos que caem na mídia/substrato e como eles se dispõe para formar imagens), enquanto a resolução de entrada/imagem refere-se à quantidade de pixels existentes dentro de uma polegada.

Podemos dizer que a definição do Pixel (esses quadrados apresentados visivelmente na metade esquerda da imagem anterior) é a quantidade de pixels inseridos dentro de uma polegada (1″ = 1 in = 2,54 cm). Quanto maior a quantidade de pixels inseridos dentro de uma polegada, menor o tamanho dos pixels, melhor o agrupamento de pixels por cor, trazendo um melhores graduações tonais, entregando uma imagem mais definida (o que pode-se considerar com melhor definição). Podemos considerar “os clássicos” 72dpi, 75dpi, 150dpi, 300dpi, dentre outros.

Uma coisa importante à se atentar é que a metade direita da imagem anterior também é formada por pixels, porém só é visível ao se aumentar muito o zoom da imagem, por ser constituída por uma quantidade muito maior de pixels por polegada do que a metade esquerda. Caso ainda não ficou claro a explicação, veja a próxima imagem:

Simulação da apresentação dos pontos por polegadas (dots per inch - DPI) - Crédito: Internet

Veja que existe uma proporção de 1 para 4 (1:4) para cada dobra de resolução.

Uma imagem para Impressão digital com 10dpi possuirá 100px por polegada (10 pixels de largura X 10 pixels de altura = 100px). Uma imagem de 20dpi possuirá 200px por polegada (20 pixels de largura X 20 pixels de altura = 200px). Uma imagem de 72dpi possuirá 72 pixels de largura X 72 pixels de altura, obtendo 5184px por polegada, e assim sucessivamente.

Uma rápida legenda para ficar mais fácil a absorção do conhecimento:

  • Pixel = quadrados que formam a imagem em dispositivos eletrônicos (quanto mais pixels por polegada, mais perfeito aos nossos olhos)
  • Pontos = gotas disparadas pela cabeça de impressão, que formam a imagem impressa
  • DPI = dots per inch (pontos por polegadas, também vistos como PPI), que definirá a resolução da imagem nos dispositivos eletrônicos e será visível após impresso
  • Resolução no RIP (720×720, 360×720, 720×1440, dentre outros) = a quantidade e disposição de pontos necessários para preencher a polegada durante a Impressão digital (densidade do ponto e qualidade)

Simulação da diferenciação da formação da imagem (resolução de imagem e saída) - Crédito: Internet

Para concluir o assunto, veja a imagem a seguir, onde pode ser visto a diferença entre o preenchimento da polegada nos dispositivos eletrônicos e nos materiais impressos.

A questão da resolução de imagem (entrada) e resolução de saída pode variar muito e as combinações são variadas. Uma arte para painel outdoor, que será visto a muitos metros de distância e de uma altura bem alta, é gerada muitas vezes com uma resolução de imagem de 32dpi no tamanho real (ex.: 8 x 3 m), para que o arquivo não fique tão pesado para ser manuseado durante a criação/edição, ou mesmo para não pesar durante o RIP pré impressão. Um pôster que será impresso em gráfica, de qualidade fotográfica, deverá ser criado com, no mínimo 280dpi – ou mais, dependendo do equipamento da gráfica que rodará o serviço – no tamanho real (ex.: formato A2 – 42 x 59,4 cm).

Vista aproximada dos pontos de impressão (dots) com a sobreposição (formação) de cores- Crédito: Internet

Já a questão da resolução de impressão (saída) tem mais a ver com a qualidade de impressão do arquivo de Impressão digital, do “fechamento dos pontos”. Quanto maior a resolução de impressão, maior a qualidade visível ao olho nu. Mas vale lembrar que não há necessidade de se imprimir com alta resolução um outdoor que será visto de longe, tal qual não é indicado se imprimir um pôster que será visto próximo aos olhos com baixa resolução de saída.

Veja a vista aproximada dos pontos de impressão (dots) com a sobreposição (formação) de cores, formada dentro de uma área de polegada.

O assunto é denso, porém esperamos muito que tenha ficado claro a explicação. 

17 – Conclusão

Já se dizia o ditado: “Conhecimento nunca é demais”. Entender a necessidade do seu cliente e oferecer a melhor solução em Impressão digital, de forma que não afete o processo produtivo da sua empresa, é algo fundamental para um atendimento bom para todas as partes.

O tema abordado aqui nesse artigo é completo e foi denso, mas existem inúmeros outros conteúdos disponíveis na internet, com outras informações, que podem agregar ainda mais ao seu know-how. O básico de entendimento em perfilação de cor e fechamento de arquivo, por exemplo, com certeza alavancará a qualidade do seu trabalho.

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